Com tantos términos e inícios de relacionamentos ao meu redor (de amigos, de conhecidos, de outros); com tanta gente à procura de alguém como se procura a melhor marca pelo menor preço na prateleira vazia de um supermercado em uma tarde de sábado; com tanta lágrima (dos outros, minha) derramada no leito fundo do rosto; com tantos medos e noites solitárias; com tanta espera; com dores que se materializam na pele, no corpo; com sofrimento; com tanta desesperança (de conhecidos, de amigos, de outros), resolvi pensar sobre o amor e pensando sobre o amor descobri que penso sobre ele o mesmo que pensava Eráclito Borges. E, por este motivo, escrevo sobre o amor o que Eráclito escreveu, antes de ser levado por um deus no qual não acreditava, no seu ‘Diário do Isolamento’, Livro IV, de 12 de março de 2001. Nele, assim lemos:
‘Amar o outro é não o limitar.
É saber que o outro é maior do que tudo o que dele podemos chegar a conhecer.
É saber que o outro tem o seu caminho e que o caminho do outro pode ter um destino diferente do nosso, e ajudar o outro a abrir o seu caminho mesmo que isto consista em perdê-lo, mesmo que isto consista em ficar sozinho (e, ficando sozinho, nunca se sentir sozinho).
Amar o outro é despedir-se dele com um beijo carinhoso no rosto.
Amar o outro é saber deixar o amor próprio de lado, é saber ser bobo, tolo, porque só quem ama a si próprio consegue ser tolo, bobo, e consegue amar o outro.
Para se amar o outro não se pode ter medo da solidão, não se pode permitir a tentação de encarcerá-lo naquilo que nos falta, nem se pode fazer do outro as grades da nossa própria prisão.
Mas maior do que tudo o que acima eu disse,
Digo que amar é explicar ao outro os nossos limites para o amor,
Porque limites temos já que ninguém é santo
E, por mais que queiramos apedrejar, em amando, ninguém é pecador’.
E que assim seja
Beijos
‘Amar o outro é não o limitar.
É saber que o outro é maior do que tudo o que dele podemos chegar a conhecer.
É saber que o outro tem o seu caminho e que o caminho do outro pode ter um destino diferente do nosso, e ajudar o outro a abrir o seu caminho mesmo que isto consista em perdê-lo, mesmo que isto consista em ficar sozinho (e, ficando sozinho, nunca se sentir sozinho).
Amar o outro é despedir-se dele com um beijo carinhoso no rosto.
Amar o outro é saber deixar o amor próprio de lado, é saber ser bobo, tolo, porque só quem ama a si próprio consegue ser tolo, bobo, e consegue amar o outro.
Para se amar o outro não se pode ter medo da solidão, não se pode permitir a tentação de encarcerá-lo naquilo que nos falta, nem se pode fazer do outro as grades da nossa própria prisão.
Mas maior do que tudo o que acima eu disse,
Digo que amar é explicar ao outro os nossos limites para o amor,
Porque limites temos já que ninguém é santo
E, por mais que queiramos apedrejar, em amando, ninguém é pecador’.
E que assim seja
Beijos